Levarei Só O Que Preciso, por Mariana Machado (2020)
Como um grande prólogo da transformação espiritual intensa que estamos vivenciando, o vídeo “Levarei só o que preciso” de Mariana Machado nos realiza um convite para a ressignificação da humanidade, pois, se o que era impossível foi viabilizado, é preciso conceber uma existência concreta para permear e viver essas novas possibilidades.
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Still de Levarei Só O Que Preciso
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Still de Levarei Só O Que Preciso
Quem está mais atento percebe, porém, que essa mudança já está sendo trilhada. O convite para vivenciá-la é feito, mas, curiosamente, ele não é passível de recusa: esses novos caminhos, que ainda estão rústicos e encobertos, são inescapáveis, rigorosos como a necessidade que há de continuar a viver. A profecia, desta vez, atrela presente com passado e propõe um futuro possível, caso tenhamos sensibilidade para construí-lo a níveis individuais e coletivos.
Com o gestual, a artista corporifica um desejo de atrito e de purificação, como quem esfrega areia na prata para revelar seu brilho. Analogamente, o resplendor das conexões espirituais humanas mais profundas só surge verdadeiramente quando em contato com o Terreno, com a matéria Terra.
Esse mesmo gestual também deixa transparecer a inquietude interna que precede momentos de grandes transformações. O espírito se agita para depois se encontrar, sereno, no que provavelmente será uma realidade mais próxima do que lhe é íntimo e verdadeiro.
Assim, somos convidados a mudar nossa casa, nossas atitudes, nossa vida. Precisamos levar apenas o que é preciso. Precisamos voltar nossos olhares para os miúdos, aquilo que foge a uma existência superficial. Precisamos ser como as cigarras, que abandonam seus próprios limites corpóreos quando lhes é exigido, pois só assim nos será permitido prosseguir com humanidade.
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Still de Levarei Só O Que Preciso